Liderar pessoas começa muito antes de olhar para o outro, começa com o olhar para dentro.
Na Psicologia, autoconhecimento é o processo de compreender quem somos, nossas emoções, crenças, padrões de comportamento e motivações. E na liderança, essa consciência é o ponto de partida.
Antes de conduzir uma equipe, é preciso aprender a conduzir a si mesmo.
Tudo o que acreditamos molda a forma como enxergamos o mundo.
Família, escola, religião, amigos, experiências profissionais, cada um desses ambientes deixa marcas silenciosas que formam nossos paradigmas, nossos mapas mentais.
Quando passamos a reconhecê-los, percebemos o quanto eles influenciam nossas decisões. É aí que nasce a verdadeira responsabilidade, questionar o que nos limita e reforçar o que nos impulsiona.
Mudar atitudes sem revisar os paradigmas que as sustentam é como tentar pintar uma parede mofada sem tratar a causa. O efeito é passageiro.
Por isso, o autoconhecimento é um processo “de dentro para fora”, começa no íntimo, nos nossos valores, caráter e motivações, e só então transborda para o modo como nos relacionamos com os outros.
Um líder consciente das próprias fragilidades, paixões e talentos é capaz de enxergar seus liderados sem julgamentos.
Ele entende que todos estão em formação e, por isso, consegue desenvolver pessoas com empatia e clareza.
Quando olhamos para dentro, ampliamos a capacidade de enxergar o potencial dos outros, e é assim que se maximizam os resultados da equipe e da empresa.
Mas é preciso cuidado. O autoconhecimento nem sempre é um processo fácil.
Imagine que você acabou de se mudar para uma casa nova.
Você organiza o essencial, mas deixa alguns cômodos bagunçados. Sabe que estão lá, mas não tem energia para mexer agora.
Até que um dia, a bagunça começa a incomodar. Então, você decide abrir as portas, limpar, jogar fora o que não serve e reorganizar tudo.
É assim com a mente e com o coração.
Nem sempre estamos prontos para lidar com o que descobrimos, e tudo bem. O importante é reconhecer o que precisa ser olhado, e respeitar o tempo do processo.
Um líder disposto a fazer isso consigo mesmo, inevitavelmente, será mais humano e respeitoso com sua equipe.
No ambiente corporativo, convivemos com pessoas de perfis, valores e sonhos distintos.
A missão do líder é unir essa diversidade em torno de um propósito comum.
E isso só é possível quando ele alcança a essência de cada colaborador, o que o inspira, o que o move e o que ele tem de melhor a oferecer.
O autoconhecimento gera confiança, e a confiança é a base da autoliderança.
Mas afinal, como conquistar essa autoliderança?
Antes de assumir a responsabilidade por outros, conheça a si mesmo.
Entenda seus limites, emoções e padrões. Como disse um participante em um curso,
“Todo gestor deveria fazer terapia antes de liderar, para não traumatizar os liderados com suas infantilidades.”
Autoconhecer-se é entender por que você faz o que faz, e isso muda tudo.
O que faz você levantar da cama todos os dias?
Qual legado deseja deixar?
Ter clareza de propósito dá sentido às decisões e faz com que o trabalho se torne expressão da sua essência, não apenas uma obrigação.
Aonde você quer chegar?
Transformar o propósito em uma visão concreta ajuda a manter o foco, mesmo nos dias difíceis.
Uma meta inspiradora é o combustível que nos mantém firmes diante dos desafios.
Sonhos precisam de estrutura.
Planejar é transformar o “um dia eu quero” em “eu farei assim”.
É dividir a visão de futuro em metas claras e práticas, capazes de guiar suas ações diárias.
Nenhum líder eficaz caminha sem um plano.
Ser líder de si mesmo é manter o equilíbrio mesmo quando tudo sai do eixo.
A disciplina, a resiliência e a constância são os pilares que sustentam quem quer ir além.
Autocontrole não é reprimir emoções, é saber direcioná-las para o que realmente importa.
Chegar a esse nível não é simples, e nem deve ser.
Mas quem trilha esse caminho conquista algo raro, liderar com propósito e inspirar pelo exemplo.
Porque, no fim das contas, as pessoas seguem quem se conhece, tem clareza do que quer e vive o que prega.
E você?
Já começou sua jornada de autoconhecimento?
Está pronto para abrir as portas dos “cômodos” internos e descobrir o que há lá dentro?
Talvez este seja o primeiro passo para se tornar o líder que você nasceu para ser.